LEI Nº 144, DE 02 DE JANEIRO DE 1968
Dispõe sobre normas técnicas relativas ao plano diretor do Município, institui o Conselho do Plano Diretor, e dá outras providências.
ALTIVO SIMONETTI, PREFEITO
MUNICIPAL, EM EXERCÍCIO, DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE UBATUBA, ESTADO DE SÃO PAULO, no uso das atribuições que lhe são conferidas por Lei,
faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga e seguinte
Lei:
Art. 1º Esta Lei institui normas técnicas atinentes ao plano
diretor do Município, que deverão ser observadas na aprovação de qualquer
projeto ou na execução de serviços e obras, particulares ou públicas.
Art. 2º São objetivos do plano diretor do Município:
I - Fixar a divisão territorial e
o zoneamento, de forma a possibilitar o planejamento e a facilitar a execução
dos melhoramentos públicos a cargo da Prefeitura, necessários à vida e ao
progresso da cidade;
II - Assegurar o crescimento
racional, proporcional, harmônico e estético do Município;
III - Disciplinar o sistema
municipal de estradas e caminhos, e sistema viário urbano e o sistema de
circulação;
IV - Proporcionar a estruturação
racional dos armamentos e dos loteamentos e localização adequada doe equipa
mentos básicos e dos equipamentos sociais e administrativos;
V - Garantir as áreas verdes de
recreação e lazer necessárias à população e a localização adequada da
arborização e posteamento;
VI - Ordenar o alinhamento e o
nivelamento;
VII - Possibilitar a criação de
locais próprios para cada atividade, permitindo o crescimento racional da
cidade;
VIII - Desenvolver o turismo como
atividade econômica dentro do município, possibilitando a atração e permanência
dos forasteiros;
IX - Defender as funções
essenciais de habitar, trabalhar, educar, circular e recrear, bem como as
exigências de salubridade, dentro do município.
Art. 3º O plano diretor do município implica na elaboração e
atualização permanente dos problemas fundamentais que afetam a cidade.
Art. 4º Para a efetiva execução de plano diretor fica
instituído, no Município, o Conselho do Plano Diretor de Ubatuba, sob a presidência
do Prefeito, composto de 9 (nove) membros, que deverá, respeitando os objetivos
do art. 2º, organizar periodicamente o plano dos melhoramentos e do
desenvolvimento da cidade, no sentido de sua estética, higiene, conforto,
proporcionamento de recreio e melhoria das condições do tráfego em geral,
encaminhando-o ao Executivo.
§ 1º Além do Prefeito, serão membros do Conselho do Plano
Diretor de Ubatuba, dois vereadores, um funcionário municipal, e cinco cidadãos
de notória competência ou experiência, escolhidos entre arquitetos,
sanitaristas, advogados, sociólogos e engenheiros. Estes, uma vez nomeados
terão mandato de 3 (três) anos.
§ 2º Os vereadores serão de indicação da Câmara Municipal e
os demais membros recrutados entre elementos ligados à cidade e valor
comprovado.
§ 3º O Conselho do Plano Diretor de Ubatuba organizará um
regulamento das suas atribuições, bem como de seu funcionamento, respeitada a
competência estabelecida pela presente lei.
Art. 5º O Conselho do Plano Diretor de Ubatuba é órgão técnico
consultivo do Prefeito e assessorará obrigatoriamente o Legislativo Municipal
em todas as resoluções que se relacione com o plano da cidade.
Art. 6º As modificações que se fizerem necessárias no processo
de desenvolvimento do plano diretor de Ubatuba; decorrentes do seu detalhamento
e que não venham alterar a sua estrutura e dispositivos desta lei, poderão ser
aprovadas pelo Prefeito, por decreto, quando elaboradas pelo Conselho do Plano
Diretor.
Parágrafo
Único. Fica o Prefeito responsabilizado
civil e criminalmente se adotar qualquer medida que contrarie o plano diretor. (Dispositivo
revogado pela Lei n° 271/1939)
Art. 7º Para efeito desta lei, o Município fica dividido em três
tipos de áreas:
I - Áreas urbanas;
II - Áreas de expansão urbana;
III - Área rural.
Art. 8º A área urbana compreende a zona em que existam
melhoramentos executados ou mantidos pelo Poder Público, indicados em pelo menos
dois dos incisos seguintes:
I - Meio fio ou calçamento, com
canalização de águas pluviais;
II - Abastecimento de água;
III - Sistema de esgotos
sanitários;
IV - Rede de iluminação pública,
com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – Escola primária ou posto de
saúde, a uma distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado.
Art. 9º A área de expansão urbana compreende as áreas destinadas
ao crescimento normal da cidade, constantes de loteamentos devidamente
aprovados, destinados à habitação, a indústria ou ao comércio, situadas além do
perímetro urbano.
Art. 10. A área rural é constituída das zonas destinadas a
agricultura, pecuária, indústrias rurais, além das áreas anteriores.
Art. 11. Periodicamente, e assessorado pelo Conselho do Plano
Diretor, quando necessário, o Executivo fixará as três áreas estabelecidas
acima, respeitando o disposto nesta lei.
Art. 12. Para fins de ordenamento e disciplinamento de uso e da
ocupação do solo, o território do Município fica dividido nas seguintes zonas:
I - Zona predominantemente
residencial;
II - Zona predominantemente
comercial;
III - Zona predominantemente
industrial;
IV - Zona predominantemente
rural;
V - Zona exclusivamente
industrial;
VI - Zona exclusivamente
paisagístico-recreativa.
§ 1º Zona é uma parcela de território definida pela descrição
de seus limites topográficos, pela fixação geométrica de sua forma, dimensões e
posições, ou pela nomenclatura de suas quadras constitutivas, em cujo interior
o uso e a ocupação do terreno e do espaço ficam restritos à prescrições desta
lei.
§ 2º A delimitação das zonas é a fixada na planta do plano
diretor de Ubatuba, intitulada "Zoneamento de Uso", que, após a
aprovação do Prefeito, fica fazendo parte integrante desta lei.
§ 3º As delimitações das zonas a que se refere o parágrafo
anterior serão revistas e atualizadas periodicamente, a critério do Prefeito
Municipal e com aprovação da Câmara de Vereadores.
Art. 13. Além do uso do solo, as zonas se diferenciam, ainda,
pelos índices de densidade demográfica, de ocupação de terreno e de recuos.
§ 1º Entende-se por densidade demográfica líquida a relação
entre o número de pessoas que o edifício pode abrigar e a área do terreno no
qual está implantada, calculando-se o número de pessoas segundo o seguinte
critério: duas pessoas em um dormitório; quatro pessoas em dois dormitórios;
seis pessoas em quatro dormitórios; excluído o dormitório de empregado.
§ 2º Entende-se por índices de ocupação do terreno a
percentagem obtida pela relação entre a projeção horizontal da área coberta
construída, e a área total do terreno.
§ 3º Os recuos exigidos serão contados a partir do
alinhamento existente ou, do projeto para alargamento ou retificação do
alinhamento da via.
Art. 14. As seguintes regras serão obedecidas para as construções:
I - Nos terrenos de esquina, além
do recuo exigido para a frente principal do terreno, deverá ser observado o
recuo para a frente secundária, adotado o valor complementar do recuo lateral
mínimo exigido;
II - A
altura dos edifícios não poderá ser superior a 3 (três) pavimentos, excluído o
térreo. a menos que o terreno em
que irá ser implantado possuir de cada lado, a possibilidade de espaçamento
igual metade da altura do edifício, ficando entretanto, permitida a construção
de uma edícula acima do terceiro pavimento. (Redação dada pela Lei n° 271/1969)
II – A altura dos edifícios não poderá ser superior a 3
(três) pavimentos, excluído o térreo. (Redação dada pela Lei n° 428/1974)
III - Para os casos de edifícios de
uso misto, prevalecerá para o conjunto as restrições máximas estabelecidas para
cada um dos usos isoladamente;
IV - As garagens subterrâneas
para estacionamento de veículos não serão consideradas para efeito de ocupação
do terreno, podendo em qualquer caso, haver ocupação integral.
Art. 15. Em toda construção existente cuja utilização não estiver
de acordo com o zoneamento de uso vigente na área em que o imóvel se situa,
poderão ser realizadas obras de reforma ou ampliação, desde que não sejam
agravadas as condições contrárias ao zoneamento.
Art. 16. Para efeito de zoneamento de uso serão consideradas:
I - Pequenas indústrias, ou
estabelecimentos industriais com menos de 15 (quinze) empregados ou cuja força
motriz utilizadas seja inferior a 20 HP;
II - Atividades incomodas, as de
estabelecimentos industriais que, durante o seu funcionamento, possam produzir
gases, poeiras, e exalações que venham incomodar a vizinhança nas suas tarefas
normais, tanto no seu sossego e repouso, como em seus bens e propriedades, bem
como respeito aos limites de intensidade de sons, a ser baixado pelo Prefeito;
III - Atividades perigosas ou
nocivas, as de estabelecimentos industriais que, pelos ingredientes ou matérias
primas utilizadas ou empregadas, possam dar origem a explosões, incêndios,
trepidações, produção de gases, poeiras, exalações ou detritos danosos à saúde,
que cause perigo à vizinhança.
Parágrafo Único. Os postos de revenda de gasolina não são considerados,
para efeito desta lei, como atividades incomodas, perigosas ou nocivas.
Art. 17. Na zona predominantemente residencial, é permitida a
construção de residências em geral, pequenas indústrias e atividades que não
sejam incômodas, perigosas ou nocivas.
Art. 18. Na zona predominantemente residencial deverão ser
obedecidos os seguintes índices:
I - Para edificação de uso
residencial:
a) densidade demográfica líquida
máxima de 400 habitantes por hectare;
b) ocupação dê terreno máxima de
50% (cinquenta por cento) de sua área;
c) recuos mínimos para edifícios
até dois pavimentos: 4 (quatro) metros de frente; 1,50 lateral;
d) recuos mínimos para edifícios
de mais de 2 pavimentos: 4 (quatro) metros de frente; 1,50 lateral;
II - Para edificação de uso
comercial:
a) ocupação do terreno máxima de
60% (sessenta por cento) da área do mesmo;
b) recuo de frente de 4 metros,
lateral mínimo de 1,50.
III - Para edificação de uso
industrial:
a) ocupação do terreno máxima de
50% (cinquenta por cento) de sua área;
b) recuo de frente mínimo igual a
4 metros e recuo lateral mínimo de 2 metros.
Art. 19. Na zona predominantemente comercial é permitida a
construção de residências em geral, pequenas indústrias e atividades que não
sejam incomodas, perigosas ou nocivas.
Art. 20. Na zona predominantemente comercial deverão ser
obedecidos os seguintes índices:
I - Para edificações de uso
residencial:
a) densidade demográfica líquida
máxima de 400 habitantes por hectare;
b) ocupação do terreno máxima de
50% de sua área;
c) recuos mínimos, para edifícios
de metros de frente e 1,50 lateral.
II - Para edificações de uso
comercial:
a) ocupação do terreno máxima de
70% de sua área;
b) recuos mínimos para edifícios
de 4 metros de frente e 1,50 lateral.
III - Para edificação de uso
industrial:
a) ocupação do terreno máxima de
70% de sua área;
b) recuos mínimos de 4 metros de
frente e 2 metros de lateral.
Art. 21. As exigências de recuo nesta zona se aplicam somente ao
pavimento térreo, podendo os demais pavimentos serem construídos no alinhamento
da via pública, de maneira a formar uma galeria coberta ao longo da área
recuada.
Art. 22. Na zona predominantemente industrial é permitida a
concentração de residências unifamiliares, indústrias e atividades em geral.
Art. 23. Na zona predominantemente industrial deverão ser
obedecidos os seguintes índices:
I - Para edificações de uso
residencial:
a) densidade demográfica líquida
máxima de 200 habitantes por hectare;
b) ocupação do terreno máxima de
40% de sua área;
c) recuos mínimos de 4 metros de
frente e de 1,50 metros lateral.
II - Para edificação de uso
comercial:
a) ocupação do terreno máxima de
70% (setenta por cento) de sua área;
b) recuos mínimos de 4 metros de
frente e de 1,50 metros lateral.
III - Para edifícios de uso
industrial:
a) ocupação do terreno máxima de
75% (setenta e cinco por cento) de sua área;
b) recuos mínimos de 4 metros de
frente e de 1,50 metros lateral.
Art. 24. Na zona predominantemente rural é permitida a construção
em geral e a atividade em geral.
Art. 25. Na zona predominantemente rural deverão ser obedecidos os
seguintes índices:
I - Para edificação de uso
residencial:
a) densidade demográfica líquida
máxima de 50 habitantes por hectare;
b) ocupação do terreno máxima de
20% (vinte por cento) de sua área;
c) recuos mínimos de 6 metros de
frente e 2 metros lateral.
II - Para edificações de uso
comercial:
a) ocupação do terreno máxima de
40% (quarenta por cento) de sua área;
b) recuos mínimos de 6 metros de
frente e de 2 metros lateral.
III - Para edificações de uso
industrial:
a) ocupação máxima do terreno de
30% (trinta por cento) de sua área;
b) recuos mínimos de 1/3 da
profundidade média do terreno de frente e fundo; lateral de 2 metros.
IV - Não haverá restrições para
edificações de uso rural.
Art. 26. Na zona exclusivamente industrial somente é permitida a
construção de edifícios de uso industrial em geral.
Art. 27. Na zona exclusivamente industrial deverão ser obedecidos
os seguintes índices:
a) ocupação do terreno máxima de
75% (setenta e cinco por cento) de sua área;
b) recuos mínimos de 1/5 da
profundidade média do terreno de frente e de fundo e 2 metros de lateral.
Art. 28. Na zona exclusivamente paisagístico recreativa somente é
permitida a construção de edifícios destinados a recreação em geral ou para
fins culturais e esportivos, não sendo vedada a construção de hotéis turísticos
quando se trata de praia.
Art. 29. Na zona exclusivamente paisagístico-recreativa deverão
ser obedecidos os seguintes índices:
a) ocupação do terreno máxima de
10% (dez por cento), de sua área;
b) recuos mínimos de 1/3 de
profundidade média do terreno de frente e fundo, e de 1/3 da largura nas
laterais.
Art. 30. O conceito de zona paisagístico-recreativa não impede que
certas zonas sejam declaradas de interesse turístico, para fins de planejamento
e incentivo ao turismo.
Art. 31. Somente será permitida a edificação em lotes os terrenos
que fizerem frente para logradouros públicos oficialmente reconhecidos como
tal.
Art. 32. Para que um lote de terreno possa receber isoladamente a
construção de um prédio, é necessário que possua uma testada mínima de 10
metros para o logradouro público e uma área mínima de 250 metros quadrados.
§ 1º Os lotes de terreno resultantes de desdobramento
efetuado em data anterior à da vigência desta lei e que possuam apenas uma
testada mínima e acesso para o logradouro público de largura superior a 2
metros e inferior a 4 metros, poderão receber construção apenas de um prédio de
habitação isolada.
§ 2º Os edifícios construídos sobre lotes de terrenos que se
enquadram no disposto do parágrafo anterior não poderão sofrer reforma ou
ampliação que possibilite o aumento do número de habitação do prédio.
Art. 33. Um mesmo lote de terreno poderá receber a construção de
mais um prédio de frente sempre que corresponda a cada prédio uma testada
mínima de 10 metros no logradouro público é uma área própria de terreno não
inferior a 250 metros quadrados.
Parágrafo Único. Entre duas construções no mesmo lote deverá ser observado
o dobro de afastamento lateral a que estiverem sujeitos os prédios, se considerados
isoladamente.
Art. 34. Em qualquer terreno poderão ser construídos prédios de
fundos, desde que, observadas as seguintes exigências:
I - Fique assegurado ao prédio da
frente uma testada mínima de 10 metros e uma área própria de 250 metros quadrados
de terreno no mínimo;
II - Fique assegurado ao prédio
de fundos uma área própria de terreno não inferior a 250 metros quadrados e um
acesso privativo ao logradouro público de largura mínima de 2 (dóis) metros e
que permita uma passagem livre não inferior a 4 metros;
III - O acesso ao lote de fundo
não tenha largara inferior a 1/10 de sua extensão;
IV - O acesso ao lote de fundo
não tenha largura inferior a 4 metros, quando o prédio de fundos possuir duas
ou mais habitações.
Art. 35. Nenhum arruamento e loteamento poderá ser iniciado ou
executado, por quem quer que seja, sem prévia aprovação de projeto pela
Prefeitura, sem sua prévia e posterior fiscalização.
Parágrafo Único. Idêntica exigência é extensiva ao desmembramento ou
reagrupamento de terrenos.
Art. 36. A aprovação do projeto de arruamento e loteamento e a
concessão de licença para sua execução são de competência exclusiva do
Prefeito, que pode delegar atribuições.
Parágrafo Único. A aprovação do referido projeto depende de prévia
vistoria do local onde será executado o arruamento ou loteamento.
Art. 37. Para serem arruados e loteados, os terrenos deverão
permitir, pela sua localização e topografia, o abastecimento de água potável e
escoamento sanitário e pluvial.
§ 1º Quando o terreno for localizado nas áreas urbanas ou de
expansão urbana, será exigida a sua ligação ao sistema de vias públicas
principais e que o imóvel ofereça condições topográficas que permitam as
ligações correspondentes às redes de água e de esgotos existentes ou
projetadas.
§ 2º Quando localizado na área rural, o loteamento para fins
urbanos deverá atender uma das seguintes condições:
a) ser comprovadamente projetado
para atender as necessidades de uma organização industrial ou rural, com
indicações precisas de sua inter-relação;
b) constituir-se em unidade
residencial autônoma, organicamente estruturada, com a área mínima de 500.000
metros quadrados e capacidade mínima para 2.000 habitantes, áreas adequadas
para receber o equipamento social e institucional, bem como o comércio local;
c) em um e outro caso, o
loteamento somente poderá considerar-se concluído depois de executados os
serviços e obras de abertura das vias e praças, movimento de terra projetado,
colocação de guias e sarjetas nas ruas e praças, rede de escoamento de águas
pluviais, rede de iluminação pública, pavimentação, sistema de distribuição de
água potável e respectiva fonte abastecedora, sistema de esgotos sanitários e
local de lançamentos dos resíduos que não cause prejuízo à coletividade,
arborização das vias e praças;
d) nos lugares em que não houver a
possibilidade de ligação à rede municipal de esgotos sanitários, o contrato de
venda de lotes especificará a obrigatoriedade de fossa séptica para receber
resíduos de privadas e poço negro para água de cozinha e banheiro.
§ 3º Quando destinados a recreio, o terreno deve ter situação
especial de clima ou de água natural favoráveis à saúde e repouso, ou de
praias, ou, ainda, elementos naturais de interesse recreativo.
Art. 38. Não poderá ser aprovado loteamento, nem permitida a
abertura de vias em terrenos baixos e alagados, sujeitos a inundações, sem que
sejam executados, previamente, os necessários serviços de aterro e drenagem.
Parágrafo Único. Para os fins deste artigo, todo e qualquer reservatório
ou curso de água natural só poderá ser aterrado ou retificado com o prévio
consentimento da Prefeitura.
Art. 39. Para ser executado arruamento e loteamento de qualquer
natureza, será obrigatória a solicitação pelo interessado, das diretrizes que o
município quer ver respeitadas na região e posterior apresentação do respectivo
projeto à Prefeitura e a sua aprovação pelo Prefeito, na forma regulamentar.
Art. 40. Após as formalidades legais, antes da aprovação do
projeto, o interessado deverá assinar, perante a Prefeitura, termo de
compromisso, pelo qual se obrigue às seguintes prescrições:
I -Transferir ao domínio público,
sem qualquer ônus para o Município, e mediante escritura pública, os
logradouros, as áreas de recreação e ás áreas destinadas a usos institucionais;
II - Executar, a própria custa,
no prazo fixado pela Prefeitura, a abertura de vias e praças, o movimento de
terra projetado, a colocação de guias e sarjetas em todas as ruas e praças, a
rede de escoamento de águas pluviais, a rede de iluminação pública e a rede de
água potável;
III - Facilitar a fiscalização da
Prefeitura na execução de serviços e obras;
IV - Não outorgar, sem
autorização do Prefeito, qualquer escritura definitiva de lote antes de concluídos
os serviços e obras citados no item II e de cumpridas as demais obrigações
impostas por esta lei ou assumidas em termo de compromisso;
V - Mencionar nas escrituras
definitivas ou nos compromissos de compra e venda de lotes, a exigência de que os
mesmos só poderão receber construções depois de fixados os marcos de
alinhamento e nivelamento;
VI - Fazer constar das escrituras
definitivas ou dos compromissos de compra e venda de lotes as obrigações pela
execução dos serviços e obras a cargo do vendedor com a responsabilidade
solidária dos adquirentes ou compromissários compradores, na proporção da área
de seus lotes.
Parágrafo Único. Todos os serviços e obras especificados no item II do
presente artigo, bem como quaisquer benfeitorias efetuadas pelo interessado nas
áreas doadas, passarão a fazer parte integrante do patrimônio do Município sem
qualquer indenização.
Art. 41. Após pagas as taxas devidas, e a assinatura de termo de
compromisso, o interessado receberá a licença para execução de arruamento e
loteamento, que terá vigência de 2 a 5 anos, conforme estabelecido no próprio
alvará.
Art. 42. A licença para execução de arruamento e loteamento poderá
ser revogada a qualquer tempo, desde que não forem executados os serviços e
obras estabelecidos no item II do artigo 40, dentro do prazo fixado pela
Prefeitura.
Art. 43. O projeto de arruamento e loteamento aprovado só poderá
ser modificado mediante proposta do interessado e prévia aprovação da
Prefeitura.
Art. 44 Findo o prazo determinado na licença, essa deverá ser
renovada, no todo ou em parte, conforme o que tiver sido executado, mediante
apresentação à Prefeitura de novo projeto de arruamento e loteamento, nos
termos desta lei.
Art. 45. Em qualquer caso de desmembramento ou reagrupamento dê
terrenos loteados será indispensável a sua aprovação pela Prefeitura, mediante
apresentação de projeto elabora dó por profissional devidamente habilitado.
Art. 46. A aprovação de projeto será concedida quando:
a) aparte restante do terreno
compreender uma porção que possa constituir lote independente, observadas as
características mínimas de testada é de área;
b) se edificado, não sejam
ultrapassados exclusivamente os limites de ocupação e densidade demográfica da
zona respectiva.
Art. 47. As vias deverão adaptar-se às condições topográficas, com
dimensões ajustadas à função a desempenhar, obedecidas as especificações técnicas
estabelecidas pelo sistema viário urbano.
Art. 48. O gabarito, dos passeios depende da largara do logradouro
e da situação deste.
§ 1º Nas zonas predominantemente residências, os passeios de
largura a partir de 5,00 metros serão devidamente ajardinados.
§ 2º Nas zonas predominantemente comerciais e industriais, os
passeios serão pavimentados em toda a largura.
Art. 49. O comprimento das quadras não poderá ser superior a 500
(quinhentos) metros.
Art. 50. A largura máxima admitida para as quadras normais
residenciais será de 100 (cem) metros.
Art. 51. As quadras de mais de 200 (duzentos) metros de
comprimento deverão ter passagens para pedestres, espaçadas de 150 metros, no
máximo, com largara mínima de 5 (cinco) metros.
Art. 52. Nas áreas urbana e de expansão, a área mínima dos lotes
residenciais será de 300 (trezentos) metros quadrados, sendo a frente mínima
admissível de 10 (dez) metros lineares.
§ 1º Nos lotes de esquina; a frente mínima será de 12 (doze)
metros lineares.
§ 2º Os terrenos vagos, de quaisquer dimensões, existentes de
fato é de direito, até a data da vigência desta lei, são considerados passíveis
de utilização, respeitados os limites de ocupação e densidade demográfica.
Art. 53. Na área rural, os loteamentos para fins de uso agrícola
terão a área mínima de seus lotes fixada em 8.000 (oito mil) metros quadrados.
Parágrafo Único. Excetuam-se das exigências deste artigo os lotes
integrantes de loteamentos para fins recreativos, obedecido, com relação a área
mínima dos lotes, o disposto no art. anterior, e integrantes de loteamentos
para fins urbanos projetados para atender as necessidades de uma organização
industrial ou rural.
Art. 54. As áreas de recreação e turismo serão determinadas, para
cada loteamento, em função da densidade demográfica admitida pelos índices
fixados nesta lei para efeito de zoneamento, não podendo ser inferiores a 15
(quinze) metros quadrados por habitante.
Parágrafo Único. Os projetos relativos as áreas de recreação e turismo
terão caráter preferencial.
Art. 55. Para efeitos desta lei, considera-se conjunto residencial
o agrupamento formado por duas ou mais unidades de habitação, construído em um
mesmo lote de terreno ou em lotes reunidos formando um terreno contínuo.
Parágrafo Único. A construção de conjuntos residenciais de mais de 3
(três) unidades habitacionais serão permitidas somente nas zonas
predominantemente residencial ou rural.
Art. 56. Os conjuntos residenciais com capacidade para 100 (cem)
ou mais unidades habitacionais e previsão populacional superior a 600
(seiscentos) habitantes, deverão obedecer às seguintes condições:
I - Respeitar todas as exigências
desta lei relativas à implantação no terreno de cada unidade habitacional;
II - Fazer corresponder a cada
unidade habitacional isolada uma área própria de 250 (duzentos e cinquenta)
metros quadrados;
III - Possuir áreas livres de uso
coletivo, destinadas a jardins, recreação, parques de estacionamento de
veículos, proporcionais a população, calculada para todo o conjunto e nunca
inferiores a 50% (cinquenta por cento) da área total do terreno.
Art. 57. As casas geminadas só serão permitidas até uma série de 6
(seis) unidades, no máximo, devendo o conjunto satisfazer as seguintes
condições:
I - Corresponder a cada unidade
uma testada mínima de 8 (oito) metros lineares;
II - Obedecer os índices de recuos
estabelecidos por esta lei para efeito de zoneamento, sendo os recuos laterais
mínimo no conjunto de 4 (quatro) metros;
III - Respeitar, para o conjunto
residencial e a área total do terreno sobre o qual está projetado, os índices
de ocupação do terreno estabelecidos nesta lei para efeitos de zoneamento;
IV - Constituir um conjunto
arquitetônico único.
Art. 58. A construção de duas residências superpostas só é
permitida nas seguintes condições:
I - Respeitar as exigências desta
lei relativas aos Índices estabelecidos para fins de zoneamento;
II - Garantir o acesso
independente a cada uma das residências isoladamente.
Parágrafo Único. As residências superpostas poderão ser geminadas desde
que atendam, além das condições que lhes são próprias, as previstas para as
casas geminadas.
Art. 59. O alinhamento e 0 nivelamento serão determinadas de
acordo com o projeto específico do logradouro, elaborado a critério do
Executivo.
Art. 60. Nenhuma edificação, seja qual for a sua natureza, poderá
ser executada, sem a Prefeitura fornecer o alinhamento e o nivelamento, através
de Alvará, a fim da edificação ser construída em concordância com a via
pública.
Art. 61. No Alvará de alinhamento e de nivelamento deverão ficar
expressos o alinhamento e a altura do piso do pavimento térreo ou da soleira da
entrada em ralação ao nível do meio fio ou ao eixo da rua, no caso de
inexistência daquele.
§ 1º Quando a localização da edificação for em esquinas, as
exigências do presente artigo se aplicam a ambas as ruas, devendo ficar
determinada a curva de concordância dos dois alinhamentos.
§ 2º O Alvará de alinhamento e de nivelamento deverá ser
fornecido pela repartição competente no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
data da sua solicitação.
Art. 62. Na edificação que estiver sujeita a cortes para
retificações de alinhamento, bem como para alargamento de logradouros e recuos
ou avanços, só será concedida licença para nova construção ou para acréscimos,
reconstrução, reparos e consertos, se o proprietário assinar termo de recuo ou
avanço, prevalecendo nas indenizações os valores do cadastro fiscal.
Art. 63. Nos cruzamentos das vias públicas, os dois alinhamentos
serão concordados por um arco de círculo de 10 (dez) metros de raio, no mínimo.
Art. 64 O sistema de estradas e caminhos municipais é
constituído pelas estradas e caminhos existentes e pelos planejados, todos
organicamente articulados e entrosados entre si.
§ 1º Estradas municipais são as especificadas nesta lei,
obedecidas a nomenclatura, as designações e as características técnicas que
lhes são próprias.
§ 2º Caminhos municipais são os já existentes e os
planejados, bem como os que vierem a ser abertos, constituindo frente de glebas
ou terrenos, devidamente aprovados pela Prefeitura.
Art. 65. O sistema de estradas e caminhos municipais tem por
finalidade assegurar o livre trânsito público nas áreas rurais deste Município
e proporcionar facilidades de intercâmbio e de escoamento de produtos em geral.
Art. 66. O sistema de estradas e caminhos municipais deverá ser
interligado ao sistema viário urbano e estadual.
§ 1º As vias partem do centro da cidade e permitem atingir os
limites deste Município.
§ 2º As vias transversais fazem interligação das vias
radiais, bem como destas com o sistema viário e estadual.
Art. 67. Nenhuma estrada ou caminho poderá ser oficializado sem
preencher as exigências técnicas estabelecidas nesta lei, podendo qualquer
interessado requerer a oficialização dos mesmos, desde que o proprietário da
faixa de terreno faça doação desta à Prefeitura.
Art. 68. A estrada ou caminho, dentro de estabelecimento agrícola,
pecuário ou agroindustrial, que for aberto ao trânsito público, deverá obedecer
aos requisitos técnicos correspondentes à sua função no sistema de estradas e
caminhos municipais.
Parágrafo Único. É vedada a abertura para uso público de estradas ou
caminhos constituindo frente de glebas ou terrenos, sem à prévia autorização da
Prefeitura.
Art. 69. As doações ao Município de faixas de terreno tecnicamente
exigíveis para estradas e caminhos municipais serão feitas sem ônus algum para
o Poder Público.
Art. 70. O órgão competente da Prefeitura deverá manter organizado
e atualizado o cadastro de sistema de estradas e caminhos municipais, para fins
de construção, conservação e planejamento doe meemos, bem como de elaboração de
projetos, planos, plantas, além da coleta de dados necessários aos serviços
administrativos.
Art. 71. Para efeitos desta lei, as vias de circulação municipais,
nas áreas rurais, obedecerão as seguintes designações:
I - Estradas principais;
II - Estradas secundárias;
III – Caminhos.
Art. 72. A nomenclatura das estradas principais e secundárias
obedecerá a nome oficial a ser dado pelo Executivo, através de decreto.
Parágrafo Único. Os caminhos municipais não ficam sujeitos à nomenclatura
oficial.
Art. 73. As características técnicas das estradas e caminhos
municipais se distinguem conforme as designações das vias de circulação.
§ 1º Velocidade diretriz é a velocidade básica para a dedução
das características do projeto de estrada e caminho; pista é a parte da
plataforma destinada e preparada para o rolamento dos veículos; afastamento é a
parte da estrada ou do caminho necessária para facilitar o cruzamento de
veículos e para construção das sarjetas de escoamento de águas.
§ 2º Entende-se por faixa da estrada ou do caminho, o espaço
correspondente a soma da largura em metros da pista de rolamento do
acostamento, e do espaço livre em cada um doe lados, reservado para futuros
alargamentos, quando for o caso; distâncias de visibilidade é a distância
mínima necessária para dois motoristas de habilidade média, conduzindo veículos
que percorram, em sentidos opostos, o eixo da mesma faixa de tráfego, possam
evitar o choque, recorrendo aos freios.
Art. 74. As velocidades diretrizes, em Km/h (quilômetros/horas)
são as seguintes:
I - Para região plana:
a) estrada principal: 100
b) estrada secundária: 70
c) caminho: 50
II – Para região ondulada:
a) estrada principal: 60
b) estrada secundária: 40
c) caminho: 30
III - Região montanhosa:
a) estrada principal: 40
b) estrada secundária: 30
c) caminho: 20
Art. 75. Os raios mínimos de curvatura horizontal, em metros, dos
eixos das estradas e caminhos, são os seguintes:
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Art. 76. Nas estradas principais ê secundárias, bem como nos
caminhos, deverão ser adotadas curvas de transição, para-raios de curvatura
inferiores a 440 metros.
Art. 77. Nas estradas principais e secundárias, bem como nos
caminhos, a tangente mínima admissível entre duas curvas de curvaturas opostas
é de 30 (trinta) metros.
Art. 78. As declividades máximas admissíveis são as seguintes:
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§ 1º Os valores a que se refere este artigo poderão ser
acrescidos de 3% para extensões até 900 (novecentos) metros em regiões planas,
300 (trezentos) metros em regiões onduladas é 130 (cento e trinta) metros em
regiões montanhosas.
§ 2º Nos trechos em corte ou em seção mista, a declividade
mínima admissível é de 1%.
Art. 79. Os valores limites da distância dupla de visibilidade são
os seguintes:
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§ 1º Na verificação da distância de visibilidade, em perfil,
admite-se que o ponto de pista dos motoristas esteja a 1,20 metros acima da
pista.
§ 2º A verificação da distância de visibilidade em planta
deve ser feita com os vínculos supostos percorrendo o eixo da faixa de tráfego
interna.
Art. 80. A faixa de estrada ou caminho municipal terá largura
mínima de 10 (dez) metros.
Parágrafo Único. Quando a pista de rolamento e o acostamento não ocuparam,
inicialmente, os 10 metros, a faixa livre restante em cada um dos lados do
leito da estrada ou caminho ficará reservada para futuros alargamentos.
Art. 81. Nas estradas e caminhos municipais deverá existir, em
cada 5.000 metros, uma praça de retorno com raio mínimo de 10 metros.
Art. 82. As pistas de rolamento deverão obedecer às seguintes
larguras:
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Art. 83. Os valores de acostamento são os seguintes:
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Parágrafo Único. Qualquer que seja a largura dos acostamentos, deverão ser
previstas áreas de estacionamento, tão próximas quanto possível, de acordo com
a topografia e o volume do tráfego previsto em futuro próximo.
Art. 84. As sarjetas de escoamento de águas, aos cortes, deverão
apresentar perfil transversal constituído por duas rampas, uma junto ao talude
do corte e outra junto ao escoamento, concordadas entre si por curva circular
ampla.
§ 1º As rampas de sarjetas deverão ter as seguintes
declividades:
a) na parte contígua ao
acostamento: 2,5%;
b) na parte contígua ao corte, a
mesma inclinação do talude deste.
§ 2º Entre o início da sarjeta, a partir do escoamento, e o
seu ponto mais baixo, a distância horizontal deve ser no mínimo de 0,75 metros.
Art. 85. As inclinações máximas em relação ao plano horizontal
permitidas nos taludes dos cortes são as seguintes:
I - Terrenos com possibilidade de
escorregamento: 1:1;
II - Terrenos sem possibilidade
de escorregamento: 1,5:1;
III - Terrenos de rocha viva:
vertical.
Art. 86. As inclinações máximas em relação ao plano horizontal
permitidas nos taludes dos aterros são as seguintes:
I - Aterros com menos de 3 metros
de altura máxima: 1:4;
II - Aterros com mais de 3 metros
de altura máxima: 1:2.
Art. 87. As obras de arte deverão ser projetadas e executadas com
as prescrições técnicas, ouvida especialmente a unidade administrativa
encarregada de tal controle.
Art. 88. Os projetos de estradas e caminhos municipais deverão ser
acompanhados do estudo dos solos ao longo do traçado, visando ao planejamento
da terraplanagem em geral, à classificação prévia dos materiais e à proteção
dos taludes e dos terrenos da estrada ou caminho e circunvizinhos contra a
erosão.
Art. 89. O sistema viário urbano é constituído pelas vias
existentes; pelas vias constantes dos projetos de loteamentos aprovados pelas vias
planejadas para o referido sistema, todas organicamente articuladas entre si.
Art. 90. O sistema viário urbano está planejado segundo o critério
técnico que estabelece a hierarquia das vias decorrentes das funções a
desempenhar dentro da estrutura urbana, garantida a sua adequada conexão com o
sistema de estradas e caminhos municipais e com o sistema viário estadual.
Art. 91. Fica proibida, nas áreas urbanas, a abertura de vias de
circulação, sem prévia autorização da Prefeitura.
Art. 92. Para efeito desta lei as vias urbanas de circulação
obedecerão as seguintes designações:
I - Via principal: destinada a
circulação geral;
II - Via de distribuição:
destinada a canalizar o tráfego para as vias principais;
III - Via de acesso: destinada a
permitir o acesso a áreas urbanas ou a edificação em geral;
IV - Via interna: via de acesso
que termina em praça de retorno;
V - Via parque: via destinada a
permitir o tráfego pelas áreas e parques e de recreação ou traçada com
finalidade paisagística ou de turismo.
Art. 93. Para as vias urbanas de circulação, bem como para os
demais logradouros públicos, serão dados, preferentemente, nomes que se
relacionem com os fatos do Município ou da História Pátria.
Parágrafo Único. Ao lado da denominação, deverá haver o motivo histórico
ou cultural da denominação.
Art. 94. O serviço de emplacamento das vias urbanas de circulação,
bem como dos demais logradouros públicos, é privativo da Prefeitura e será executado
às suas expensas.
Art. 95. O sistema de emplacamento das vias urbanas de circulação
obedecerá aos seguintes critérios:
I - No início e no final de rua
serão colocadas duas placas: uma em cada esquina;
II - Nos cruzamentos, cada rua receberá
duas placas, das quais uma na esquina da quadra que termina e sempre à direita,
e outra em posição diagonal oposta, na quadra seguinte.
Art. 96. As placas de nomenclatura de vias urbanas de circulação
obedecerão às especificações estabelecidas pela Prefeitura, que deverá manter
organizado e atualizado serviço de emplacamento.
Art. 97. As dimensões do passeio e da faixa de rolamento das vias
urbanas de circulação deverão ajustar-se à função a desempenhar pela via
projetada, na base de projeto elaborado ou aprovado pela Prefeitura.
Art. 98. As dimensões a que se refere o artigo anterior deverão
corresponder a múltiplos de filas de veículos ou de pedestres, segundo os
seguintes gabaritos:
a) para cada fila de veículo
estacionado paralelo à guia: 2,50 metros;
b) para cada fila de veículo em
movimento e em pequena velocidade: 3 metros;
c) para cada fila de veículo em
movimento e em grande velocidade: 3,50 metros;
d) para cada fila de pedestres:
0,80 metros.
Art. 99. As vias internas e de acesso deverão ter largura mínima
de 10 metros, com faixa de rolamento não inferior a 6 metros.
§ 1º A extensão das vias internas, somadas à da praça de
retorno, não deverá exceder de 100 metrôs.
§ 2º As praças de retorno das vias internas deverão ter
diâmetro mínimo de 20 metros.
Art. 100. As declividades admissíveis das vias internas são as
seguintes:
I - Máximas: 6% nas vias
principais; 10% nas vias de distribuição;
II - Mínimas: 0,4% nas vias em
geral.
Art. 101. O trânsito é livre, obedecidas as normas gerais
estabelecidas na legislação federal.
Art. 102. A sinalização dó transito será feita pela Prefeitura, de forma
bem visível e em todos os pontos necessários.
Art. 103. Os pontos de estacionamento e de paradas de veículos, nas
ruas e praças da cidade, serão determinadas por decreto executivo, devendo
haver seleção e exame da largura e disposição das ruas, intensidade de tráfego,
a conveniência dos pedestres, e os interesses das atividades comerciais,
industriais e profissionais.
Art. 104. Será proibido o trânsito de qualquer veículo ou meio de
transporte capaz de ocasionar danos à via pública.
Art. 105. A carga e
descarga de materiais e produtos não poderão ser feitas no passeio, a ponto de
impedir o livre trânsito de pedestres e veículos.
Art. 106. Nos passeios poderão trafegar os triciclos e bicicletas
de uso exclusivamente infantil.
Art. 107. É obrigatória a construção de garagens ou estacionamento
internos para veículos nos edifícios residenciais pluri-habitacionais, devendo
ter capacidade para abrigar um veículo para cada unidade habitacional.
Art. 108. As garagens em prédios com frente para mais de um
logradouro público deverão ter a entrada e saída de veículos voltadas para a
via de menor importância, salvo os casos de exiguidade de testada do terreno
para o logradouro de menor importância.
Art. 109. A Prefeitura poderá negar licença para a construção de
edifício ou local de estacionamento, toda vez que o julgar inconveniente à
circulação de veículos na via pública.
Art. 110. A arborização dos logradouros públicos será projetada e
executada pela Prefeitura.
Art. 111. A arborização dos logradouros será obrigatória nos
seguintes casos:
I - Quando os passeios tiverem
largura de 2,50 metros no mínimo;
II - Nos refúgios centrais dos
logradouros.
Art. 112. A localização nos logradouros dos postes de iluminação,
bem como os telegráficos e telefônicos será projetada pela Prefeitura, sendo
que sua execução deverá ter prévia autorização desta, ouvido o Conselho de
Turismo.
Art. 113. A infração de qualquer dos dispositivos dessa lei fica
sujeita a penalidade.
Art. 114. A Prefeitura, nos casos de infrator profissional, poderá
representar ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, pedindo as
providências cabíveis, sem prejuízo da penalidade que será imposta aos demais.
Art. 115. Verificada a infração a qualquer dispositivo desta lei,
será lavrado, pelo servidor público competente, o respectivo auto de infração,
dando-se ao infrator o prazo de 15 dias para apresentar defesa.
Art. 116. É de competência do Prefeito a confirmação do auto de
infração e o arbitramento da penalidade.
Art. 117. A penalidade de advertência será aplicada ao profissional
responsável por projeto ou execução de serviços e obras nos seguintes casos:
I - Quando modificar projeto
aprovado sem solicitar modificação à Prefeitura;
II - Quando iniciar ou executar
serviços e obras sem a necessária licença;
III - Quando for multado mais de
uma vez durante a execução da mesma obra ou serviço;
IV - Quando, em um mesmo ano, for
multado mais de 3 vezes por infração durante a execução de serviços e obras.
Parágrafo Único. A penalidade de advertência é aplicável, também, a firma
ou ao proprietário que infringir quaisquer dos itens do presente artigo.
Art. 118. A penalidade de suspensão será aplicada ao profissional
responsável nos seguintes casos:
I - Quando sofrer, em um mesmo
ano, 4 advertências;
II - Quando modificar projeto de
serviços e obras aprovado, introduzindo alterações contrárias a dispositivos de
lei;
III - Quando, em face de
sindicância, for constatado ser o responsável pelo serviço e obra,
entregando-os a terceiros sem a devida habilitação.
Parágrafo Único. A suspensão poderá variar de 6 meses à 2 anos, sendo
relevante na aplicação da pena o fato da reincidência.
Art. 119. Julgada improcedente a defesa apresentada pelo infrator,
ou não sendo ela apresentada no prazo legal, será imposta multa correspondente
a infração, devendo o recolhimento ser feito em 5 (cinco) dias.
Art. 120. As multas serão impostas em grau mínimo, médio e máximo,
considerando-se, na graduação da mesma, a maior ou menor gravidade da infração,
as suas circunstâncias atenuantes ou agravantes e os antecedentes do infrator.
Art. 121. O valor das multas serão de 1 a 5 salários mínimos
vigentes na região.
Art. 122. Quando em débito de multa, nenhum infrator poderá receber
quaisquer quantias ou créditos que tiverem com a Prefeitura, participar de
concorrência, coleta ou tomada de preços, celebrar contratos e nem transacionar
com a Prefeitura.
Art. 123. A multa é independente da obrigatoriedade do cumprimento
das exigências legais.
Art. 124. O embargo será aplicado nos seguintes casos:
I - Quando estiver sendo
executado qualquer serviço ou obra sem licença da Prefeitura ou em desacordo
com as prescrições desta lei;
II - Em todos os casos em que se
verificar a falta de obediência às prescrições do zoneamento e aos índices para
fins de zoneamento.
Art. 125. Os serviços e obras que forem embargados deverão ser
imediatamente paralisados, amigável ou judicialmente.
Parágrafo Único. O embargo só será levantado após o cumprimento das
exigências que o motivaram e mediante requerimento do interessado ao Prefeito,
com prova de pagamento das muitas devidas e da correção ou eliminação do que
estiver em desacordo com a lei.
Art. 126. As plantas do zoneamento de uso (Planta nº 1) e do
Sistema Viário Urbano (Planta nº 2), que fazem parte integrante desta lei,
devidamente autenticadas pelo Prefeito e Presidente da Câmara Municipal, passam
a ser consideradas plantas oficiais.
Parágrafo Único. As plantas oficiais serão periodicamente revistas e
atualizadas, e aprovadas pelo Prefeito, mediante autorização legislativa.
Art. 127. Nos casos de obras e serviços executados antes da
vigência desta lei, e ainda não aprovados pela Prefeitura os interessados terão
o prazo máximo de 90 (noventa) dias para regularizarem sua situação.
Art. 128. Os casos omissos a presente lei serão solucionados e
resolvidos pelo Prefeito, em despacho proferido nas representações.
Art. 129. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Ubatuba, 02 de janeiro de 1968.
Registrada e publicada na Seção
de Expediente, Pessoal, Arquivo e Protocolo do Serviço de Administração da
Prefeitura Municipal da Estância Balneária de Ubatuba, em 02 de janeiro de
1968.
Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Câmara Municipal de Ubatuba.